Um pequeno grão de areia

Sempre fui menos do que podia ser. Mas nunca houve um dia que deixei de fazer aquilo que sempre julguei certo. Não digo que sempre fui certo, mas sabia que não deveria errar. Mas acho que errei. Errei feio. Não hei de confiar na própria sombra, quanto menos naquela que te acompanha por sua opção. Sombra? Assombração. Que de uma fina garoa vira uma grande tempestade, e invade seu barco que navegua em uma leve calmaria, não levando apenas seu peixes pescados com tanto suor, mas a esperança de continuar vivendo no mar.
E em terra firme, a chuva de novo vem asombrar, e tudo se reduz em chão mole, sem resistência, sem prumo ao vento, sem estabilidade. E tudo, em mim, se reduz a um pequeno grão de areia.